O cinema israelense em debate

A trajetória de Amos Gitai, um dos cineastas israelenses mais conhecidos internacionalmente, será tema de Diálogo no Cine Futuro, onde falará sobre sua carreria.

A entrada desse arquiteto no mundo cinematográfico é de fato curiosa, mas explica muito do seu estilo.

Amos Gitai fez seus primeiros vídeos com uma câmera Super-8 que ganhou de presente. Então, em 1973 foi convocado pelo exército israelense para Guerra do Yom Kippur (também conhecida como Guerra do Ramadã) e no dia de seu aniversário de 23 anos o helicóptero em que ele estava foi abatido por um míssel, apenas um dos setes tripulante foi fatalmente ferido, mas esse acontecimento deu o impulso que faltava para Gitai ingressar no mundo da sétima arte.


Vinte anos depois, em 1997,  a traumática experiência vivida na guerra originou o documentário Kippur: War Memories (1997) e três anos depois inspirou a história de ficção Kippur (2000).

Durante a década de 1980 Gitai produziu alguns documentários, como House (1980) que foi encomendado pela TV pública de Israel. Neste filme é apresentada a  história de uma casa em Jerusálem Ocidental que foi abandonada por seu proprietário durante a guerra de 1948, confiscada pelo governo iraelense, depois alugada à judeus argelinos imigrantes da Argélia e depois comprada por um professor universitário. Após finalizado House foi recusado pela TV.


A TV israelense o contratou novamente para produzir outro filme três anos mais tarde, em 1983. Gitai produziu então o documentário Diário de Campo ( do original, Field Diary) que apresenta o dia-a-dia antes e durante a invasão do Líbano. A Tv pública de Israel, mais uma vez, rejeitou a obra de Gitai. Diário de Campo foi finalizado em Paris, para onde Gitai se mudou e viveu até o início da década de 1990.

Com o acordo de paz entre Israel e Palestina realizado em 1993, Amos Gitai e sua família voltaram à Haifa. O filme que marca seu retorno à cidade natal  foi Devarim (1995), que conta a história de três judeus que vão à Tel Aviv em busca da realização de seus sonhos, mas nenhum consegue a vida que tinha imaginado. 

Cena do filme Kadosh
Este foi o primeiro filme da trilogia de Gitai sobre cidades israelenses, em seguida foram lançados Yom Kippur (1998), a história de Moshe, um quarentão filho de mãe judia e pai árabe, que vive em Haifa e atravessa um momento difícil em sua vida com o pedido de divórcio da esposa e o caso da sua amente com seu melhor amigo; e Kadosh (1999), que é contextualizado por histórias paralelas em Mea Shearim, bairro ultra-ortodoxo de Jerusalém. No filme Meir e Rivka são casados há 10 anos mas tem que se divorciar porque não conseguem ter filhos, Malka é irmã de Rivka e apaixonada por Yaakov mas obrigada pelo Rabino a se casar com Yossef. A história de  Kadosh aborda as radicais exigências da religão.

Em sua extensa carreira Amos Gitai dirigiu 20 longas, 25 documentários e 36 curtas metragens. E não pretende parar por agora. O bate-papo com ele durante o Cine Futuro é uma ótima oportunidade para descobrirmos em quais projetos ele anda trabalhando...

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